terça-feira, 6 de março de 2018

Let's talk about my English...

Quando eu cheguei aqui no final de agosto (quase sete meses! Nuh! O tempo voa mesmo), eu passei por uma fase muito difícil com meu inglês. Pensei que não ia conseguir e, mesmo tendo decidido não encarar uma aula de inglês, cheguei a cogitar porque a coisa estava feia para o meu lado.

Eu nem acredito como evoluí nesse tempo. Ainda tenho MUITO o que melhorar, lógico, até porque já estou ciente de que nunca terei aquele inglês fluente e natural como o português é para mim, porque minhas primeiras palavras foram em português, eu estudei a vida inteira em português, então sei que o inglês sempre será minha segunda língua.

Quando eu entrei no meu trabalho, a moça que me entrevistou me disse que eu começaria trabalhando no estoque (sem contato com clientes), mas que com o tempo, se eu quisesse, eles poderiam me colocar com atendimento, o que resultaria em mais horas e, consequentemente, mais salário. 
Eu pensei comigo: "Aham, tá bom que eu vou conseguir isso!".
No meu último shift de 2017 eu perguntei para ela se, no final das contas, minha contratação seria apenas temporária para a época dos holidays ou se seria permanente e ela me respondeu que seria permanente se eu quisesse, e eu disse que eu queria mais horas se possível e se ela poderia me chamar mais vezes. A primeira coisa que ela me perguntou é se eu estaria disposta a encarar atendimento, porque infelizmente o que aumentaria minhas horas seria o atendimento. Eu estava mais segura, mas não tanto ainda, mas como eu sou a única que estou trabalhando aqui em casa pensei "Tentar não vai me matar?", ne? Falei que sim, estaria sim. Eu já tinha largado tudo no Brasil para estar aqui, esse seria só mais um desafio.

Já estamos em março, meus shifts tem aumentado e eu tenho encarado bem o atendimento. Não estou perfeita e estou longe disso, até porque acho que meu problema também está com o atendimento em si e não apenas com a língua, mas estou melhor do que estava há um mês atrás e tenho certeza que daqui um mês estarei ainda melhor. 

É engraçado isso, porque eu vejo claramente a minha evolução e minhas pequenas vitórias diárias:

  • No início, quando alguém falava comigo, eu não conseguia entender direito e falava "Sorry?" para a pessoa repetir e eu olhar para ela, concentrar e tentar entender. Hoje em dia o meu "Sorry?" é para quando a surdez ataca, não tem ligação necessariamente com a língua e sim com meu problema auditivo (que os próximos já conhecem. Casamento da Tata e do Henrique está aí para provar isso).
  • Eu tive muito problema em mudar minha chave e alterar do português para o inglês instantaneamente sem me embolar. E isso parece besteira, mas tive várias situações com isso. Uma vez um casal de BRASILEIROS foram na loja e eu não consegui conversar com eles em português, eu não consegui me comunicar na minha língua com eles. Fiquei lá com cara de drogada sem conseguir me expressar com eles com português, só o inglês vinha na minha cabeça.
    Uma situação que até fui zoada foi uma vez que fui trabalhar conversando ao telefone com uma amiga do Brasil e quando cheguei dentro da loja, ainda com ela no telefone, não consegui cumprimentar um simples "Hi, guys!" com o pessoal. Soltei um "Oi, gente!" e todo mundo olhou para mim sem entender. Minha amiga riu muito.
    Hoje eu já consigo trocar a chave mais facilmente e naturalmente e eu tenho consciência disso.  No meu break eu costumo ler livro em português e quando alguém me interrompe e me pergunta alguma coisa eu já consigo responder facilmente em inglês. É realmente uma vitória muito grande.
  • Usar palavras simples no português que são normais para nós, mas que não é algo que se aprende em cursos de inglês é um desafio diário. 
    Para nós no Brasil é muito simples falar para alguém pegar uma calça jeans dentro da gaveta, ou dobrar essa camisa, ou pendurar aquele vestido num cabide, ne?! Mas vocês sabe como é gaveta em inglês? E o verbo dobrar? E cabide? Pois é! Eu tive que aprender, decorar e não ter vergonha de perguntar o que era aquilo que eles me pediram da primeira vez, porque eu nunca tinha ouvido aquela palavra na minha vida!! (gaveta é drawer, dobrar é fold e cabide é hanger (top hanger = cabide de camisas; bottom hanger = cabide de calças)). É uma vida difícil para estrangeiros.
Tudo isso pode parecer besteira, mas quando a gente está falando e aprendendo uma língua nova, a gente não tem que apenas entender o que aquela palavra significa, a gente tem que decorar ela, então é um exercício de memória muito grande, não é assim tão simples.

Então sei que tenho muito o que melhorar ainda, mas ver meu progresso me ajuda muito a não desistir, a saber que é difícil mas que eu estou dando conta. 

É gratificante e estou sentindo uma realização pessoal muito agradável. Todos deveriam experimentar isso uma vez na vida. É empoderador!!!

Fui, people! Beijo

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