segunda-feira, 25 de junho de 2018

Olha que mancada!!! - falando merda em inglês

Na loja que eu trabalho, a gente vende roupas, acessórios e também roupas de ginástica, leggings, pijama e lingerie. Num belo dia, eu estava responsável pela venda de sutiãs.

Braletes é um tipo de top, não tem fecho e nem alça regulável, você coloca ele pela cabeça igual um top mesmo.

Aí eu estava com a cliente e ela pegou um bralete para experimentar e falou: "Ah, mas esse não tem fecho atrás, ne?!". (This one doesn't have hook on the back, right?)
Obs.: HOOK em inglês é gancho, fecho.
Eu para a cliente: "Não, esse não é regulável e nem tem HOOKERS atrás". Na minha burrice, eu achei que HOOKERS era o plural de HOOK, mas HOOKERS é PROSTITUTA!!!!!!!!!!!!!! HAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHA

Meu Deus do céu!!!!! Agora entendi porque ela não quis nem experimentar o tal bralete que não tem prostituta atrás hahahahhahahahahahhah

Para conhecimento e evitar passar vergonha.: hooks é o plural de hook.

domingo, 17 de junho de 2018

Estreia do Brasil na Copa do Mundo na Russia 2018

Hoje foi o jogo de estreia do Brasil na Copa do Mundo na Russia e eu e o Kalil fomos para a casa de uns amigos para assistir lá.
Fomos de metrô e no caminho até lá vimos muita gente com a camisa do Brasil e o pessoal bem animado.
Chegamos na casa dos amigos e todos com camisa do Brasil e a bandeira pendurada na janela. 
Foi uma tarde tão gostosa, foi tão gostoso estar com pessoas da nossa terra torcendo todo mundo pelo nosso país (nem que seja ali no futebol) que eu parei um momento e vi o quanto o brasileiro tem disso, ne?! Para muitas pessoas o brasileiro é ignorante por estar aproveitando e torcendo no futebol enquanto o país está essa merda toda, mas essas pessoas que criticam não conseguem perceber que o brasileiro é assim feliz de qualquer jeito.

No nosso caminho para a casa dos amigos eu me senti um pouco triste, me deu muita saudade dos amigos do Brasil, porque provavelmente iríamos combinar de assitir todo mundo junto, teria o bolão para adivinhar o placar, teria muita festa com os gols e tudo mais que envolve essa festa.
Mas quando chegamos na casa dos nossos amigos a vibe estava tão gostosa, o pessoal é tão bacana e o clima estava tão descontraídos com os gritos nas faltas, a comemoração no gol, os xingos com os passes errados que eu senti essa tal gratidão que é a palavra do momento.
Eu estou longe, eu sei que estou, mas tenho que me forçar a olhar ao redor e a ver as coisas boas e novas que aconteceram na minha vida. 
Esses amigos são pessoas iluminadas, elas caíram do céu para mim e o Kalil e eu sou realmente grata por tê-los nas nossas vidas.

No final das contas o jogo com a Suíça terminou empatado no 1 a 1, o que foi frustrante. Mas dois minutos depois estávamos rindo, fazendo piada e assistindo Faustão ahhahahahahha

sábado, 16 de junho de 2018

Desabafo

Chega um momento na vida de qualquer imigrante que ele não se sente em casa no lugar que ele escolheu para viver, mas ao mesmo tempo ele não se imagina voltando para o lugar de origem. Eu cheguei nesse momento agora e costumo falar que estou no limbo, ou seja, eu não tenho mais um lugar.
Isso porque eu tenho sentido muita falta de muita coisa no Brasil que eu nunca vou ter aqui em Toronto, mas ao mesmo tempo eu tenho coisas aqui que eu nunca terei no Brasil e que são cruciais para minha vida no momento.

Eu não paro de pensar ultimamente o quanto eu tenho raiva do Brasil, porque se ele fosse bom para mim o suficiente, se ele me desse tudo aquilo que eu tenho direito (como saúde, transporte público eficiente, educação com qualidade e PRINCIPALMENTE segurança) eu não tinha saído, largado tudo para trás e começado de novo do zero.

É muito difícil ter que viver os 18 anos novamente com quase 30. Eu tive que largar um emprego qualificado e que eu tinha um salário muito bom para trabalhar PARA UM CARALHO em uma loja. Não estou dizendo que é emprego bosta, estou dizendo que é um trabalho muito físico com um salário muito baixo. O custo de vida em Toronto é altíssimo!!!! É exorbitante!!!! Vocês não tem noção do quanto.

Eu super me preparei psicologicamente antes de vir, eu sabia muito o que eu teria que viver quando eu chegasse aqui e eu sabia que teria que começar do zero, mas isso não quer dizer que a vida se tornou fácil quando eu vi que era realmente tudo aquilo que eu esperava. 
Não estou reclamando da vida que eu estou vivendo, mas sei que a vida que eu quero para mim não é essa. 
Tem quase dez meses que a gente chegou aqui e só agora a realidade caiu efetivamente, só que ela caiu atrasada e veio num peso de duas toneladas na minha cabeça.
A família está longe, os amigos estão longe, a cultura e os costumes estão longe. Essa distância dói num grau que não dá para colocar em palavras. 

Eu que sei que tudo vai melhorar. As coisas estão melhorando, todos os dias.
O Kalil começa a trabalhar na segunda, o meu inglês melhora diariamente, mas no momento nada disso é o suficiente para alegrar 100% os dias.

Está difícil, não vou negar.
Não quero parecer ingrata, afinal eu estou vivendo aquilo que eu sonhei, mas a gente sabe que qualquer sonho que vira realidade ele vira realidade, e de sonho resta apenas um terço.

Eu sei que no Brasil eu reclamava muito da vida, do país e de tudo, e que estar aqui reclamando da vida parece que sou apenas a pessoa mais infeliz e reclamona do mundo, mas não é bem isso. 
A distância é uma coisa que eu nunca imaginei que sentiria. Eu não sou muito sentimental, não sou muito de sentimentos e de coração, eu tenho um jeito meu de ser. Eu cheguei e fiquei muito de boa com a "realidade" que estava vivendo. As pessoas me perguntavam de saudade e eu respondia "saudade? Não sou desse tipo de pessoa que sente saudade". Aí veio a vida e me fez perder uma pessoa e doeu tanto que eu descobri o que é saudade. É algo que dói, é uma ferida que lateja e que parece que nunca vai sarar.

Conversei com minha madrinha uns dias atrás e ela disse que essa dificuldade de lidar com a distância melhora depois de dois anos e que hoje, ela que mora nos EUA há mais trinta anos, nunca mais pensa em voltar a morar no Brasil.

Sei que essa sensação ruim vai embora, mas até lá vou aqui vivendo cada dia e sempre focando no motivo pelo qual larguei tudo e vim começar de novo tão longe.

Obs.: acho que esse texto ficou muito estranho de ler, eu sei, sorry.