Instagram: @nicoleendo / Facebook: nicole.endo.71 (não sei porque do 71, só agora descobri a existência desse número)
segunda-feira, 30 de agosto de 2021
Minha maior mudança morando fora
sexta-feira, 27 de agosto de 2021
Não me sinto mais sozinha
Quando viemos para o Canadá em 2017, aquele primeiro ano foi muito difícil, foi uma junção de tanta coisa e muita mudança ao mesmo tempo. Eu e Kalil tínhamos acabado de casar e fomos morar juntos pela primeira vez, eu deixei meus pais, a Mel, meus amigos, meu trabalho, minha língua, minha cultura e todo o resto para trás, então eu me sentia muito overwhelmed (o que acho que é meio que normal quando a gente sai da zona de conforto em todos os setores da vida de uma vez só).
Mas além de todas as essas mudanças que já não eram fáceis de lidar, eu me sentia muito sozinha, mais sozinha do que nunca me senti na vida. Sempre fui uma pessoa rodeada de pessoas. Meus pais sempre perto, meus amigos sempre perto e vir pra cá foi MUITO difícil. Outro dia mesmo eu e Rita conversamos sobre isso e chegamos à conclusão que aquele primeiro ano e a solidão que senti ainda são uma questão muito grande pra mim, ainda é algo que me dói e que tenho que superar.
Eu sou muito intensa e próxima das pessoas, eu me preocupo, eu cuido como posso, eu ajudo quando posso, mas é MUITO MARAVILHOSO quando sinto que eu não dou sem receber de volta, eu sinto esse amor de volta e é uma coisa das coisas mais maravilhosas desse mundo.
Nas semanas difíceis que tive pra trás, eu decidi dar um tempo do Instagram e ia ficar uns três dias fora. Acabou que não senti falta e me senti bem distante daquela confusão que não acrescenta em nada, a não ser na ansiedade e na confusão mental, então hoje faz duas semanas que estou longe (apesar de o Insta ainda estar lá).
Eu não avisei ninguém (só duas amigas que a gente troca meme todo dia) porque pensei que seriam só alguns dias, mas como se estendeu, algumas pessoas notaram minha ausência e vieram me perguntar no Wapp se eu estava bem e eu me senti tão bem e tão amada (o meu objetivo não era fazer as pessoas notarem minha ausência, não sou a pessoa que faz esse tipo de drama).
Paulinha me liga todo mês e ela me mandou mensagem perguntando quando poderia me ligar e eu pedi uns dias porque não estava muito bem. Ela entendeu, me deu conselhos para eu tentar me sentir bem e veio checar se eu estava bem uns dias depois, mesmo que ela tenha dois filhos pequenos em casa pra cuidar. Ela arrumou um lugar no meio do caos da vida para se preocupar comigo e isso me deu um quentinho no coração. Até veio falar que está com saudades de eu falar sobre o tempo aqui e mostrar a CN Tower que ela arrumou um ranço sem sentido.
Tata notou minha ausência e me perguntou se tava tudo bem e agora frequentemente me atualiza das fotos do Be que ela posta e me conta tudo o que anda acontecendo. O pequeno está crescendo tão rápido que é assustador. Ver que a Tata gosta de dividir o crescimento e desenvolvimento dele comigo me fez sentir super amada.
Flavinha (oi, Amiga) veio mais de uma vez conversar comigo e foi só com ela que eu me abri mais e que me ajudou muito. Como eu disse pra ela, não gosto de dividir minhas coisas, mas sempre que consigo me abrir tira um peso de dentro de mim enorme. E com ela eu converso constantemente sobre nossa série de livros (Trono de Vidro, MUITO BOM!!! Recomendo) que lemos junto e sobre um monte de coisas do dia a dia que é ótimo para nos deixar próximas não falando só sobre o que nos deixa mal.
A Laís (uma das meninas que avisei que sairia) veio checar como eu estava mais de uma vez também e foi ótimo conversar com ela. Ela é namorida do René e minha conexão com ela foi quase que instantânea. Geralmente a gente só fala sobre memes, coisas engraçadas e sem importâncias, mas sei ela se importa comigo assim como me importo com ela. Foi gostoso ela tirar um tempinho do dia dela pra vir falar comigo.
A Ju (a outra pessoa que avisei) veio falar comigo também me perguntando como eu tava porque era pra eu ter saído três dias do Insta e não abandonar ele lá pra sempre. Expliquei que a desintoxicação estava fazendo bem e ela disse que concorda que às vezes é necessário fazer isso, ela faria se pudesse (não faz porque ela trabalha com Instagram).
A Ana Paula notou minha ausência também e veio perguntar se estava tudo bem. Eu disse bem por cima que não estava e ela se colocou a disposição para conversar comigo sempre que eu precisasse de um ouvido, o que achei muito lindo. Ele é minha amiga de infância que recentemente nos aproximamos novamente e foi muito legal e especial.
Então, esse post inteiro foi para mostrar o quanto sou feliz por não me sentir mais sozinha, por eu estar tão longe dos meus, mas que a distância física não significa nada se existe amor. Eu me sinto TÃO amada e isso pra mim é tão importante que quando me sinto mal tento sempre me lembrar que as pessoas se preocupam comigo e que eu faço falta, eu nunca estarei sozinha enquanto tiver pessoas que me amam mesmo de tão tão distante.
Rainy day
Pra quem me conhece um pouquinho ou já passou mais de uma hora comigo com certeza já me ouviu falando que “eu amo calor, amo frio, amo neve, mas odeio chuva e blá-blá-blá”.
Porém ontem, por algum motivo, eu gostei da chuva.
Toronto está muito quente há muitas semanas. Tudo bem que estamos no verão e é esperado que esteja muito quente, mas esse ano o calor demorou muito pra chegar, apesar de que maio foi super quente com um presságio meio fajuto que o verão ia ser quente. O calor só chegou realmente há umas duas semanas, e que calor! Nuh!
Mas eu reclamo porque eu amo reclamar, não tem relação necessariamente com o calor, porque eu amo os dias quentes e de sol.
Bom, ontem estava MUITO quente e tarde começou uma super tempestade. Decidi ir pra varanda um pouco e aproveitar o clima fresco e o cheiro de chuva (que não teve pq morar no 15o andar nos priva do cheiro de terra molhada né).
Mas fui e senti uma paz gostosa. Claro que a música calma e tranquila que eu estava ouvindo influenciou.
Sentei no chão e me deixei ser molhada pelas quatro gotas que conseguiram adentrar minha varanda (ela fica numa posição e num ângulo que é difícil de entrar água). Mas tem muito tempo que não tomo banho de chuva voluntariamente (a gente amava fazer isso quando criança né), então deixar a chuva me molhar, sentada na minha varanda que eu tanto amo e ouvindo um estilo de música que me relaxa fez com que eu colocasse as coisas em perspectiva por meia hora e ver que nem tudo está perdido, ainda há alegria no meio desse caos que o mundo está.
Ps.: e tenho tentado me deixar levar pela correnteza, ouvi dizer que isso ajuda a gente a ter forças para remar para fora.
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
Sumi, desculpa
Eu sei que não escrevo desde o início de maio e já estamos em agosto, mas apesar de muita coisa legal ter acontecido nesse meio tempo, eu não senti necessariamente vontade de escrever.
Ontem, conversando com o Marco, e aquela conversa inicial normal "E aí? Tudo bem? Como você ta?" eu percebi que dei uma resposta pra ele meio que automática, mas que bate diretamente com a forma que tenho me sentido. Respondi um simples "To", porque acho que é realmente como estou, sabe. Faz sentido? Talvez não, mas é como estou agora, porque não estou mal, mas também não estou bem. É como se eu estivesse apenas existindo. As coisas boas não estão tendo grande influência sobre mim no momento, e as coisas ruins não são nada mais do que mais do mesmo, então me sinto anestesiada e planando no mundo.
Que sensação mais bizarra, porque eu nunca me senti assim antes, eu sempre sou intensa nos meus sentimentos, mas tem tanto tempo que as coisas estão tão estranhas que entrei num estado esquisito de NADA. Tenho medo de esse ser o normal daqui pra frente para todo mundo. Eu sinto todo muito meio aéreo e meio indiferente, como se a merda fosse o novo normal e o bom fosse algo passageiro, que não vem pra ficar, então não vamos dar tanta importância.
Ontem me peguei pensando: e se nunca mais sair disso? E se meu destino é ficar em casa pra sempre, esperando alguma coisa boa acontecer pra eu me sentir bem, mas nada acontecer? Eu ficarei eternamente na espera? Porque não me agrada pensar que isso é o normal, sabe, eu preciso mais do que isso pra poder ter motivação pra viver.
Continuo dormindo, escovando os dentes, comendo, tomando banho, socializando, mas é como se nada tivesse tanto sentido, é como se tudo o que eu faço tivesse uma dose de "pra quê", sabe?
Am I in a dark place? I don't know, but definitely I'm in a dangerous gray area.