terça-feira, 26 de outubro de 2021

Reflexões de aniversário

Minha terapia costuma ser às sextas feiras, mas essa semana decidimos nos encontrar por meia horinha para a gente poder comemorar, porque hoje eu faço um ano de terapia, um ano que tenho Rita na minha vida e um ano que eu comecei a entender mais sobre mim com a ajuda dessa santa.

Tiramos nossa primeira foto juntas e a Rita trouxe até 
um bolinho pra nossa sessão pra comemorar.

Ela me perguntou como foi meu aniversário (que foi domingo, povo! Parabéns pra mim!!) e como estou me sentindo um ano mais velha.

Eu amo aniversário, me sinto bem e feliz todo ano (exceto quando estou no meu inferno astral que me sinto PÉSSIMA, porém dura um ou dois dias apenas), mas no dia estou sempre animada e pronta pra receber toda a atenção possível, mas esse ano foi bem diferente.

Eu não estava nem lembrando que meu aniversário estava chegando e estava super desanimada. No sábado eu e a Flavinha (oi, Amiga) tivemos um date e eu estava meio estranha e com dificuldade para me expressar, várias vezes me peguei com dificuldade de encontrar palavras e de explicar o que eu queria dizer. Quando deu meia noite o Kalil veio todo feliz me dar parabéns e eu nem me levantei do sofá, estava me sentindo pra baixo e não querendo falar sobre meu aniversário.

Acordei no domingo tentando forçar animação, mas no fundo só queria que o almoço com nossa turma passasse logo pra eu poder voltar pra casa e me esconder no sofá atrás de Gilmore Girls (voltei a assistir e não paro de reclamar o quanto todos os personagens são chatos kkkkk pra que então estou assistindo? Pois é, não sei, acho que é só pra reclamar deles mesmo e ficar xingando todo mundo com a Cath).

Mas aí fomos para o almoço e foi MARAVILHOSO!!!! Me senti TÃO feliz! A turma tava toda lá (menos Bruana e as meninas porque estão de quarentena já que a sogra chegou do Brasil), e foi leve, a gente conversou, riu, cantamos parabéns, comemos bolo, eu tomei cerveja, o dia tava ensolarado e com o céu azul sem nuvens, Andrégis foram e a gente não se via desde fevereiro de 2020.

Em tempos de pandemia não se sopra mais vela, 
a gente faz o pedido desfazendo o laço que segura o bolo.

Da esquerda pra direita: Diego, Teles, Nath, eu, Kalil, 
Cath, Talis, Aline, Cecília, Thiago, Régis e Andressa.

Cheguei em casa bebinha feliz e a Carine me ligou e ficamos no telefone um tempão, vi a Duda comendo sozinha com as duas mãos (teremos uma canhota ou uma destra???); aí a Thau me ligou e ficamos umas duas horas batendo papo;  depois a Ju me ligou e conversamos um tempo também... Recebi ligações, stories de parabéns nos stories, carta, cartão, mensagem no wapp, o melhor vídeo do mundo da Tata e do Henrique tentando dar parabéns e o Be chorando, com bico caindo no chão, um caos total que eu quase morri de rir...

Foi um dia que, assim como todos os outros, eu me senti muito amada, e quando a gente está pra baixo (e menstruada, de TPM e a cara toda estourada de espinha) é o que mais a gente precisa. 

No final das contas eu tive um aniversário MUITO feliz!

Porém, a segunda pergunta da Rita sobre como estou me sentindo com um ano a mais teve a resposta de que não estou sentindo nada. Geralmente eu sinto alguma mudança, porque eu sempre espero meu aniversário ansiosamente então me condiciono a sentir alguma mudança, esse ano como foi atípico eu acabei não sentindo nada.

Não sei se é porque 2021 foi HORRÍVEL, mas não estou nem lembrando que meu aniversário foi há dois dias atrás. Todo ano eu fico tacando na cara do Kalil que ele tem que me respeitar umas duas semanas antes do dia e até o dia 27 (porque 28 é o dia dele e aí eu que tenho que respeitar ele, ne), mas esse ano eu to bem phodas mundo mesmo.

Outro dia perguntei pro Kalil o que foi a melhor coisa que aconteceu pra ele em 2021 e ele disse que nada. Perguntei a mesma coisa pra Flavinha e ela também não conseguiu me responder. E é exatamente o que eu sinto, nada foi bom esse ano, pelo contrário, tudo foi uma grande merda.

2020 foi péssimo, mas eu fui ao Brasil e eu fiquei MUITO feliz (apesar de ter ficado presa sem saber quando eu voltaria, não me deu trauma nenhum e eu voltaria amanhã se pudesse) e a gente mudou pro melhor apartamento possível (o apê em si e o fato de termos Catalis como vizinhos), então tive movimentações, mas 2021 foi um ano que nada aconteceu, e quando eu falo nada, é NADA REAL!

A Rita me falou que foi um ano pra eu olhar mais pra mim, pra eu me conhecer mais, pra eu pensar mais, e talvez seja verdade, sabe. Desde que viemos pro Canadá que minha vida não é mais normal, que não sou eu mesma, que eu estou em constante medo e apreensão, aí veio pandemia e on top of that eu ainda me tornei cínica e pessimista e com crises de ansiedade que eu nunca tive antes, então eu comecei a não mais me reconhecer, não conseguia mais me ver, e eu consegui perceber isso agora em 2021, então talvez esse seja o ano de eu perceber o que eu perdi de mim e tentar retomar, meio que me curar de 2020 e desses quatro anos de Canadá.

Eu sinto muita saudade de mim. Estressada sempre fui, mas o estresse desde que vim pra cá é outro, é exaustivo. 

Eu tenho conseguido aos poucos a voltar a ser eu, lógico que uma Nicole diferente com 30+, imigrante, casada, sem tomar remédio, mas eu tinha perdido minha essência. Sinto que nos últimos meses tenho conseguido retomar isso. 

Minha vida sempre caminhou muito bem sendo otimista e pensando no lado bom de tudo mesmo quando o mundo esteja caindo na minha cabeça, então é isso que estou tentando voltar a ser, e acho que tenho conseguido.

Espero que esse ano que começa pra mim seja isso, um ano para eu voltar a ser quem eu tenha orgulho de ser, uma pessoa que encare as dificuldade com mais leveza e que pare de sentir pena de si mesma, porque apesar de não ser fácil, é um privilégio DA PORRA e um desperdício GIGANTE ficar jogando esses anos no lixo chorando pelos cantos (chorando no sentido figurado, porque graças a Deus a fase chorona passou) e justificando meu baixo astral.

domingo, 10 de outubro de 2021

Simples momentos de felicidade

 Eu adoro passar aqui e fazer mil reclamações, né!? Mas dessa vez eu quero compartilhar uma coisa super simples e que eu nunca pensaria que faria tanta diferença na minha vida.

Aqui no Canadá as casas não tem janelas como tem no Brasil, meio que não precisa muito também porque ou está muito frio e precisamos ligar o aquecedor, ou está muito quente e precisamos ligar o AC. Mas aqui em casa, por exemplo, temos a porta da varanda e duas janelas basculantes nos quartos, mas são pequenas e ficam embaixo. 

No Brasil temos janelões que ficam abertos e aquele ventinho gostoso entra dentro de casa no verão e deixa fresquinho e é LÓGICO que nunca dei muita importância, porque o que é normal e comum na nossa vida a gente não valoriza, ne.

Em inglês tem uma expressão maravilhosa que é TAKE FOR GRANTED, que é tomar como certo, uma coisa que já temos, mas que o sentido é que a gente não valoriza mesmo, que é uma coisa que já está ali (eu tenho muita dificuldade de explicar essa expressão e o Kalil demorou um tempo pra conseguir me fazer entender, porque não temos uma expressão parecida em português).

Aí estamos em outubro, teoricamente era pra começar a ter esfriado já, está até mais fresco, mas não frio, e o prédido já desligou o AC central e não temos mais ele ativo dentro dos apartamentos, e como as casas aqui são preparadas para manter o aquecimento dentro por causa do frio intenso, está mais quente dentro de casa que do lado de fora, e nossa solução foi abrir tudo pra tentar refrescar.

Então as mini janelas dos quartos estão abertas e a porta da varanda também, sem contar que as portas dos quartos que geralmente ficam fechadas também estamos mantendo abertas para o ventinho correr e ter corrente de ar. 

Gente! O quanto isso está gostoso vocês não tem ideia!!! Ontem eu e Kalil estávamos no sofá vendo filme e um ventinho entrando e batendo no meu cabelo, lá fora estava chovendo e eu tive um momento de felicidade e de paz que há muito tempo eu não tinha. E na noite anterior foi a melhor noite dormida dos últimos meses também. Olha que coisa simples! 

Mas a vida é assim, né?! Momentos felizes e bons geralmente são os mais simples e que a gente não dá muita importância e não liga muito, mas que no final é o que faz a vida valer a pena ser vivida.

ps.: vocês podem ver que estou numa fase boa, que tenho me sentido bem melhor e mais pra cima. Torcer pra ficar assim!

Beijo, povo! FUI!