Pessoas que me conhecem sabem que sou
a louca do planejamento de viagem. Faço mil pesquisas, leio vários blogs,
assisto inúmeros vídeos no Youtube e faço um roteiro bem completo e detalhado.
No último ano eu tive alguns ataques de ansiedade por não estar conseguindo
planejar minhas férias da maneira como eu gosto: cada segundo. Sei que para
muitos "se jogar" no desconhecido é o que faz as férias serem
divertidas, mas eu CERTAMENTE não sou assim.
(esse é meu calendário detalhando nossos dias)
A primeira decisão a ser tomada, é a
compra da passagem aérea. Antes de escolher e já ir passando o cartão de
crédito ou débito se você for rico, o que não é meu caso, eu
pesquiso e analiso vários detalhes que muitas pessoas não se atentam e que
podem gerar diversas dores de cabeça e muitas vezes até prejuízo financeiro que
poderiam ter sido evitados, já que uma passagem não é feita apenas de data e
preço.
Primeiramente, quero deixar claro que
não sou uma pessoa pessimista que espera sempre o pior de todas as situações,
trata-se apenas de levar em consideração que imprevistos acontecem e que uma
simples decisão pode lhe salvar algum dinheirinho e evitar a perda de um tempo
maior que o necessário.
1- Onde fazer conexão?
É interessante pesquisar todos
(ou pelo menos vários) locais para realizar sua conexão, pois haverá variações
no valor dependendo da cidade e/ou mesmo do país. Deve-se saber, inclusive, se
o país em questão exige algum tipo de visto ou autorização para entrada mesmo
se tratando de trânsito.
2 - Tempo de conexão (isso é tão importante para mim
que só de pensar em um tempo apertado já me dá azia)
Todo mundo quer passar o menor
tempo possível no avião e nos aeroportos (eu também, acredite!). Todo mundo
quer chegar o quanto antes no destino, até porque o tempo que perdemos em
trânsito é tempo que perdemos das férias. Porém, é melhor perder uma horinha ou
duas a perder um dia inteiro e uma fortuna (e muitas vezes passar aperto em um
país que não sabemos falar um A na língua local) caso você perca algum
voo.
Na minha humilde opinião,
conexão deve ter um prazo MÍNIMO de quatro horas. É muito? Não, não é.
Vamos pensar em todas as fases que
temos que passar antes de embarcarmos no próximo voo:
Eu saí de Belo Horizonte no
horário, às 12h, e cheguei em Guarulhos sem atrasos, ou seja, 12h50min.. Terei
duas horas de conexão, saindo, então, às 15h para Washington DC/EUA, depois
mais duas horas de conexão até a saída para meu destino final, aeroporto de
Narita no Japão (tirando esse tempo insano de conexão, esse foi meu trajeto de
viagem esse ano).
O avião pousou e todo mundo já
se levantou (inclusive eu. ME JULGUEM!). O piloto estaciona e todo mundo está
lá aguardando a autorização para desembarque que não demora muito e em cinco
minutos as portas estão abertas e estamos liberados para descer. Por sorte
estou logo no meio do avião e a saída não deve demorar muito. Aí uma pessoalerda lá
na segunda fileira precisa de ajuda do cara da fileira de trás para tirar uma
mala do bagageiro que é grande e pesada e ela não tem forças e nem jeito; um
homem para de andar para esperar um casal sair da quinta fileira que sempre
parece que agarra naquele espaço minúsculo entre uma fileira e outra; a fila
agarra mais um pouquinho sem qualquer outro motivoporque deve ser realmente
difícil andar para frente e o pessoal começa a sair do avião. Essa
saída demora mais uns cinco minutos e lá se foram dez do seu precioso tempo.
A partir daqui podem existir
duas situações:
1- você já desce do avião para dentro do
aeroporto;
2- o avião pousa longe e o transporte deve
ser feito por um micro-ônibus.
Na segunda situação existem outras
duas subopções:
2.1 - você teve sorte e consegue embarcar no
primeiro ônibus;
2.2 - você não teve sorte e vai ter que
esperar chegar o próximo.
Se tudo der certo, você estará
enquadrado na situação 1 e já cai dentro do aeroporto e pronto. Mas caso seu
tempo seja curto, a querida Lady Murph entra em ação e você só consegue pegar o
segundo ônibus. Até conseguir pisar dentro do aeroporto, sair da sala de
desembarque e partir para o próximo desafio, já se passaram por volta de vinte
a trinta minutos. Então sua uma hora e cinquenta minutos se transformam em uma
hora e vinte.
O tempo está correndo e agora
você tem que se deslocar do terminal doméstico para o terminal de voos
internacionais. O aeroporto de Guarulhos é relativamente grande e se gasta em
média dez a quinze minutos para ir de um para o outro a pé. Sinceramente não
sei se existe algum transporte que te leva mais rápido porque sou a louca do
planejamento e sempre tive tempo o suficiente para ir a pé aproveitando o
início da viagem e degustando da delícia que é caminhar pelo corredor da ida e
vendo a cara de tristeza de quem está do lado do corredor da volta. Ok. Meu
tempo então foi reduzido para uma hora e cinco minutos.
Agora é hora de passar pelo Raio X e
você, além de aguardar na fila, tem que retirar tudo dos bolsos para passar
pelo detector de metais. Coloca aí uns dez minutos para tudo isso acontecer e
você já estar dentro do Free Shop (restam 45min.). Como seu tempo está contado,
nem pense em se deleitar pelas lojas, ou parar para tomar um café no Starbucks
(mineiro sempre para, porque em Minas não tem =/... Sim, triste realidade!), ou
tentar dar “apenas uma olhadinha”, porque você ainda tem um chãozinho até seu
portão de embarque.
A maioria dos voos
encerram o embarque com vinte ou trinta minutos do horário da decolagem, então,
nessa situação em específico, você localiza seu portão e todos já estão
embarcando, restando um prazo de uns quinze a vinte minutos para o encerramento.
Quando se chega na próxima
conexão, tudo se repete, mas ainda tem que retirar suas malas por se tratar de
voo internacional, passar pela imigração (afinal de contas você está entrando
em um país estrangeiro), realizar o check-in para despachar as malas novamente
(dependendo do caso), localizar o portão de embarque e se dirigir até lá. Isso
tudo em um país diferente e que, muitas vezes, possui uma língua diferente da
sua, o que causa um pouco de desconforto caso precise de alguma ajuda.
O horário pode sim ser
suficiente, mas fica realmente muito apertado e contando com a sorte. Se caso o
aeroporto de origem fechar devido ao mau tempo, ou se caso os aeroportos
estiverem em greve (como já aconteceu comigo) e resultar em diversos atrasos,
ou se tiver congestionamento aéreo, ou se o aeroporto de destino não autorizar
o pouso imediato, ou se caso houver congestionamento na pista de pouso e o
piloto ter que taxiar para mais longe... tudo isso pode resultar em atrasos de
até algumas horas e, se isso acontecer, além de perder o voo da primeira
conexão, você também perderá do segundo! Imagine o transtorno que isso vai
causar!!!! Tudo isso pode fazer com que você perca uma diária no hotel que já
estava pago, perder a diária no aluguel do carro já pago... Muito dinheiro será
perdido.
É por isso que minha regra é
prazo mínimo de quatro horas em cada conexão. Na nossa viagem paro Japão
ficamos 9hrs em Guarulhos e 6hrs em Washington. Para muitas pessoas é tempo
desnecessário, mas eu e o Kalil tivemos um problema com a Gol (parabéns, Gol),
mas tínhamos tempo suficiente para tentar resolver. Nós almoçamos com calma,
sentamos para bater papo, tomamos uma cerveja e aproveitamos o tempo que
tínhamos ali.
Já em Washington, o aeroporto era tão
lindo que demos um pequeno passeio para conhecer, comer umas bobeiras
americanas que não tem aqui no Brasil (We love you, Dunkin Donuts). É um tempo
divertido para se explorar e que, principalmente, nos resguarda de qualquer
tipo de imprevisto.
3 – Aeroportos de conexão
Muita atenção com os aeroportos
de conexão, pois a maioria das passagens com conexão doméstica, o aeroporto de
chegada e de saída são diferentes. Num país em que todas as capitais já estão
sofrendo com o trânsito péssimo e caótico, trocar de aeroporto é loucura!
Procurando um pouco mais, você encontra chegada e saída no mesmo aeroporto pelo
mesmo valor, então nada justifica contar com a sorte e tentar trocar de
aeroporto.
Esse ano, quando estávamos
realizando o check-in da volta pra Belo Horizonte, vimos duas moças que
(pasmem!!) não tinham visto que elas chegavam em Guarulhos e partiam de
Congonhas. Elas tentaram argumentar com a companhia aérea, mas não adianta que
eles não vão trocar a passagem. Deve-se ter extrema atenção antes da compra
para não levar um susto e ter que se deslocar às pressas por São Paulo após uma
cansativa viagem, cheio de malas e com a tensão de não perder o voo para casa.
Então, galera, podem pensar que sou
meio psicopata com isso, e talvez eu realmente seja, mas o seguro morreu de
velho. Eu trabalho o ano todo, onze meses por ano, e tiro apenas 30 dias de
férias e quero que tudo saia o mais tranquilo possível para que nada me
estresse. Se planejando tudo ainda aparecem alguns probleminhas de percurso no
meio do caminho, imagina se eu não faço as coisas com cuidado e atenção! O azar
só está no aguardo para dar o ar da graça ;)
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