A vida é uma série de televisão

Outro dia eu ouvi um podcast e a pessoa comentou uma coisa que me caiu como uma luva. 

A nossa vida é uma série de televisão e feita de várias temporadas, e às vezes um acontecimento de uma temporada lááááááááá no passado volta em uma temporada láááááááááá na frente e é um plot twist engraçado de assistir.

Acontece com muita frequência, né, mas eu queria comentar sobre como minha vida profissional desde que eu cheguei aqui se relaciona de certa forma com algo do passado.

Quando chegamos aqui em 2017, eu apliquei inicialmente para trabalhar no Booking.com que tinha o escritório deles bem perto de onde eu morava em downtown. Era uma era pré pandemia, então os trabalhos eram todos presenciais, e trabalhos home office eram super raridade.

Eu apliquei, fiz uma prova online para passar (ou não) para a próxima etapa e fui negada por falta de empatia. Inclusive eu fiquei muito puta na época, porque foi um feedback computadorizado determinando que eu não tinha empatia hahahahaha

Aí eu apliquei para várias lojas para trabalhar no estoque, porque eu não queria trabalhar com vendas, e óbvio que só apliquei para lojas que eu consumia e que eu gostava, né, então eu recebi proposta na Pink (tipo uma extensão da Victoria Secret) e na American Eagle, mas eu optei pela AE porque eu gostava mais do estilo da loja e ela ficava a 20min a pé da minha casa.

Foi uma fase ótima, eu AMEI trabalhar na AE. Foi minha primeira experiência profissional canadense e a primeira vez que tive relacionamento com pessoas daqui. Eu não tenho NADA a reclamar, pelo contrário, tive uma primeira impressão MARAVILHOSA.

Voltando ao assunto principal do post...

Corta para fase pandemia (após vários meses sem trabalhar) e eu aplico para uma vaga de customer service genérica.

Entram em contato comigo, eu faço as entrevistas (foram duas ou três, não me lembro muito bem (depois explico direito porque não me lembro em outro post)), passo e me oferecem a vaga.

A empresa tem várias equipes que trabalham em diferentes projetos de atendimento ao consumidor e eu fui cair exatamente em qual?

Isso mesmo, PRO BOOKING que me recusou quatro anos antes.

Fui trabalhar na mesmíssima vaga que eu apliquei três anos antes. A diferença é que eu não tinha vínculo trabalhista com a empresa, mas eu trabalhava para ela.

Vou ser honesta e admitir que foi uma ENORME satisfação ter tido números e notas super altas nos meus reports durante os nove meses que eu trabalhei lá, e ter sido elogiada pelos clientes e pela qualidade no que? NA EMPATIA! HAHAHAHHAHAHAHAHA

Chupa, Booking

Vamos agora dar um pulo para trás, voltar para 2009 em que a PWC estava fazendo uma contratação de vários estagiários e eu e o Kalil fomos fazer aplicação. 

Resumindo, nós não entramos, mas eu me lembro que nem para a segunda etapa eu passei. Tinha uma pergunta na aplicação sobre disponibilidade de viagens e, como eu estava na faculdade, eu não tinha.

Mas sempre fiquei com esse gostinho amargo na boca, porque eu queria muito ter estagiado lá.

Anyways. Chegamos aqui em 2017 e o prédio da PWC em Toronto ficava atravessando a rua da minha casa em downtown. Apliquei novamente para uma vaga de assistant qualquer coisa (se não me engano), mas me recusaram quase que instantaneamente (fiquei levemente com o ego ferido, não nego).

Acontece que nossos caminhos ainda iriam andar levemente próximos no futuro.

No meio desse ano surgiu uma oportunidade de trabalho em uma empresa que fazia parte da PWC até maio e foi comprada por outra empresa e separou.

Eu entrei na empresa agora em agosto e o engraçado é que, apesar de que não trabalho na PWC e não tenho nenhum vínculo empregatício, como a separação é recente, vários acessos ainda são feitos pelo sistema da empresa.

Diariamente me deparo com PWC all over the place e eu ainda dou um sorrisinho interno da ironia do destino.

É só isso mesmo que eu queria contar. Quando eu analiso as coisas eu vejo o quanto meu futuro (presente no caso) está diretamente ligado ao meu passado.

Será que é assim com todo mundo? Isso acontece com muita frequência na minha vida, é no mínimo engraçado.